As construtoras se utilizam de promoções e descontos para reduzir o estoque de imóveis em face da redução da atividade econômica.
Mercado imobiliário vive seu ajuste e abre espaço para barganha agressiva
Em meio a crise no país, preços se estabilizaram e estoques de imóveis aumentaram
HELOÍSA MENDONÇA, São Paulo, 1 ABR 2015 – 16:32 BRT
Depois da explosão de vendas de imóveis registradas nos últimos anos no Brasil, que chegou a gerar uma espécie de bolha imobiliáriaà brasileira em relação aos preços praticados pelo setor, o mercado vem dando sinais de forte desaceleração. Em meio a crise político-econômica que o país atravessa, houve uma estabilização de preço e os estoques de unidades residências prontas cresceram nas principais cidades do país. As vendas encolheram 25% em 2014 e as perspectivas para este ano também são de queda, de acordo com o Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis Residenciais e Comercias (Secovi- SP).
Para correr atrás do prejuízo, as construtoras têm realizado saldões e leilões para tentar liquidar os estoques, com promoções que podem chegar a 50% de desconto. A boa notícia é que quem tiver dinheiro à vista pode conseguir boas oportunidades de negócios, aproveitando esse cenário de desaquecimento, segundo especialistas no setor. Já para quem pretende financiar, a tendência de elevação de juros pode aumentar os custos das parcelas a serem quitadas.
Em São Paulo, o estoque de imóveis residenciais prontos é recorde, com mais 31 mil unidades à espera de comprador, segundo dados da Geoimóveis. Para se ter uma ideia, a média registrada na capital paulista é de 17 mil. No Rio de Janeiro, o número de estoque atual é de 11 mil. Já em Belo Horizonte, 4.768 unidades prontas ainda não foram vendidas.
“É um excelente momento de comprar à vista, porque o poder de barganha pode aumentar. É a hora de fazer propostas indecentes. O jogo virou, assim como, entre 2008 e 2011, a faca e o queijo estavam com as incorporadas, agora é o consumidor quem manda”, afirma Celso Amaral diretor corporativo do Geoimovel. Nesse cenário, a exemplo do que já fizeram ano passado, a previsão é que as construtoras reduzirão os lançamentos em 2015.